quinta-feira, março 06, 2008

Por Paris - Parte II

A Avenida dos Campos Elísios (ver foto Les Champs-Élysées III)
De um lado e doutro desta parta da Avenida seguem-se salas de cinema com entradas luxuosas e grandes lustres, bancos, companhias aéreas, stands de automóveis, lojas. Os numerosos escritórios e as construções luxuosas foram edificados a partir de 1930, fazendo dos Campos Elísios uma vitrine internacional do modernismo e do luxo.
Os palácios particulares e as salas de diversão do Segundo Império desapareceram. Só subsiste, à direita, descendo a avenida, o palácio do nº25 (Ver foto La Paiva), construído por Paiva, aventureira polaca, tornando-se marquesa portuguesa e depois condeça prussiana. Ela dava jantares frequentados por Renan, Taine, os Goncourt, Delacroix, Siante-Beuve e Gambetta. A grande escadaria coberta de onix é, provavelmente, única no mundo.
Mais acima, na esquina da Avenida George-V, o famoso Fouquet’s (Ver foto Le Fouquet’s et l’Avenue George-V), hoje classificado monumento histórico, foi classificado, no último século, um dos restaurantes prestigiosos onde toda a gente gostava de se encontrar.
Aqui, os países estrangeiros e as províncias francesas instalaram as suas “casas”, embaixadoras das suas riquezas turísticas, da sua arte culinária ou do seu artesanato. Este cosmopolitismo contribui à atmosfera animada e particularmente agradável da avenida (Ver foto Spectacle à la Rue).
A artéria dos Campos Elísios tornou-se, por outro lado, um símbolo patriótico de glória nacional: ela recebe desde 1919 os desfiles militares do 14 de Julho. Nos grandes dias de emoção nacional, é aqui que o povo se junta, para saudar a memória de Victor Hugo em 1885, desfilar pela Libertação em 1944, homenagear o General de Gaulle em 1970, ou ainda para saudar a vitória dos Bleus no Campeonato Mundial de Futebol em 1998.
Antes de chegar à Praça de L’Étoile, à esquerda, a Drugstore-Publicis (Ver Foto Drugstore-Publicis), exibe desde 2004 o seu novo perfil: uma fachada em vidro e aço que “parece voar como um anjo”, segundo o desejo do seu arquitecto americano, Michele Saee.

[Nota: Em frente à Drugstore-Publicis, perto do Arco do Triunfo, encontrei dois rapazes a dançar na rua. Este género de espectáculo é bastante frequente nas ruas de Paris. Metem música com um amplificador e dançam como robots.
Tentei entrar na Paiva – que tem a entrada em obras de recuperação. Cheguei à recepção, pude vislumbrar grandes salões com lustres fantásticos. Na entrada fica o bengaleiro onde vi os sobretudos dos senhores que frequentam este clube privado e os seus chapéus do século XVIII / XIX. Perguntei ao porteiro se podia entrar para conhecer o clube, mas só o posso fazer sendo sócio ou acompanhado por um sócio. Assim, não pude ver a tal escadaria em onix, sem ser em fotografias que o porteiro fez a gentileza de me mostrar. Mas estou curioso para entrar lá.]