quinta-feira, março 06, 2008
Por Paris - Parte III
Pont-Neuf (Ponte Nova) (Ver Foto Pont Neuf)
Como o seu nome não indica, é a mais velha das pontes de Paris (Ver Foto Le Pont Neuf I e II). Faltava chamar-se a Pont des Pleurs (Ponte do Choro): no dia de abertura dos trabalhos, Henri III vinha de assistir ao serviço fúnebre dos seus queridos Quélus e Maugiron, mortos em duelo. Inconsolável, o rei não parava de chorar. As duas metades da ponte, começadas em 1578 por Androuet du Cerceau e acabadas em 1607, não formam um alinhamento rigoroso. Os seus doze arcos perfeitos são decorados por engraçados mascarados. As meias luas, que repousam sobre cada coluna, acolhiam o comércio, os dentistas, os farsantes. Agora, a vista do rio já não é obstruída pelas casas, mas temos passeios para circular sobre a ponte e desfrutar da paisagem a partir dela (Ver Foto Depuis le Pont Neuf).
A estátua equestre de Henri IV (Ver Foto Henri IV) é a primeira efígie exposta em França numa via pública. Abatida em 1792, ela é substituída, durante a Restauração, pelo monumento actual, fundida do bronze da primeira estátua da colónia de Vendôme e de Desaix. O fundidor, bonapartista obstinado, tinha lá guardado, dizem, a Henriade de Voltaire, uma estatueta de Napoleão e os escritos glorificantes do Imperador. Um rumor confirmado em 2004 aquando da restauração da estátua: 26 medalhas de bronze da efígie de Louis XVIII, uma história de Henri IV, as memórias de Sully, pergaminhos e... dois tomos da Henriade de Voltaire.
A ponte sofreu muitas restaurações, mas o corpo da construção, resistente a todas as cheias, nunca mudou. Daí a expressão “se porter comme le Pont-Neuf” (portar-se como a Pont-Neuf”).
Como o seu nome não indica, é a mais velha das pontes de Paris (Ver Foto Le Pont Neuf I e II). Faltava chamar-se a Pont des Pleurs (Ponte do Choro): no dia de abertura dos trabalhos, Henri III vinha de assistir ao serviço fúnebre dos seus queridos Quélus e Maugiron, mortos em duelo. Inconsolável, o rei não parava de chorar. As duas metades da ponte, começadas em 1578 por Androuet du Cerceau e acabadas em 1607, não formam um alinhamento rigoroso. Os seus doze arcos perfeitos são decorados por engraçados mascarados. As meias luas, que repousam sobre cada coluna, acolhiam o comércio, os dentistas, os farsantes. Agora, a vista do rio já não é obstruída pelas casas, mas temos passeios para circular sobre a ponte e desfrutar da paisagem a partir dela (Ver Foto Depuis le Pont Neuf).
A estátua equestre de Henri IV (Ver Foto Henri IV) é a primeira efígie exposta em França numa via pública. Abatida em 1792, ela é substituída, durante a Restauração, pelo monumento actual, fundida do bronze da primeira estátua da colónia de Vendôme e de Desaix. O fundidor, bonapartista obstinado, tinha lá guardado, dizem, a Henriade de Voltaire, uma estatueta de Napoleão e os escritos glorificantes do Imperador. Um rumor confirmado em 2004 aquando da restauração da estátua: 26 medalhas de bronze da efígie de Louis XVIII, uma história de Henri IV, as memórias de Sully, pergaminhos e... dois tomos da Henriade de Voltaire.
A ponte sofreu muitas restaurações, mas o corpo da construção, resistente a todas as cheias, nunca mudou. Daí a expressão “se porter comme le Pont-Neuf” (portar-se como a Pont-Neuf”).
Por Paris - Parte II
A Avenida dos Campos Elísios (ver foto Les Champs-Élysées III)
De um lado e doutro desta parta da Avenida seguem-se salas de cinema com entradas luxuosas e grandes lustres, bancos, companhias aéreas, stands de automóveis, lojas. Os numerosos escritórios e as construções luxuosas foram edificados a partir de 1930, fazendo dos Campos Elísios uma vitrine internacional do modernismo e do luxo.
Os palácios particulares e as salas de diversão do Segundo Império desapareceram. Só subsiste, à direita, descendo a avenida, o palácio do nº25 (Ver foto La Paiva), construído por Paiva, aventureira polaca, tornando-se marquesa portuguesa e depois condeça prussiana. Ela dava jantares frequentados por Renan, Taine, os Goncourt, Delacroix, Siante-Beuve e Gambetta. A grande escadaria coberta de onix é, provavelmente, única no mundo.
Mais acima, na esquina da Avenida George-V, o famoso Fouquet’s (Ver foto Le Fouquet’s et l’Avenue George-V), hoje classificado monumento histórico, foi classificado, no último século, um dos restaurantes prestigiosos onde toda a gente gostava de se encontrar.
Aqui, os países estrangeiros e as províncias francesas instalaram as suas “casas”, embaixadoras das suas riquezas turísticas, da sua arte culinária ou do seu artesanato. Este cosmopolitismo contribui à atmosfera animada e particularmente agradável da avenida (Ver foto Spectacle à la Rue).
A artéria dos Campos Elísios tornou-se, por outro lado, um símbolo patriótico de glória nacional: ela recebe desde 1919 os desfiles militares do 14 de Julho. Nos grandes dias de emoção nacional, é aqui que o povo se junta, para saudar a memória de Victor Hugo em 1885, desfilar pela Libertação em 1944, homenagear o General de Gaulle em 1970, ou ainda para saudar a vitória dos Bleus no Campeonato Mundial de Futebol em 1998.
Antes de chegar à Praça de L’Étoile, à esquerda, a Drugstore-Publicis (Ver Foto Drugstore-Publicis), exibe desde 2004 o seu novo perfil: uma fachada em vidro e aço que “parece voar como um anjo”, segundo o desejo do seu arquitecto americano, Michele Saee.
[Nota: Em frente à Drugstore-Publicis, perto do Arco do Triunfo, encontrei dois rapazes a dançar na rua. Este género de espectáculo é bastante frequente nas ruas de Paris. Metem música com um amplificador e dançam como robots.
Tentei entrar na Paiva – que tem a entrada em obras de recuperação. Cheguei à recepção, pude vislumbrar grandes salões com lustres fantásticos. Na entrada fica o bengaleiro onde vi os sobretudos dos senhores que frequentam este clube privado e os seus chapéus do século XVIII / XIX. Perguntei ao porteiro se podia entrar para conhecer o clube, mas só o posso fazer sendo sócio ou acompanhado por um sócio. Assim, não pude ver a tal escadaria em onix, sem ser em fotografias que o porteiro fez a gentileza de me mostrar. Mas estou curioso para entrar lá.]
De um lado e doutro desta parta da Avenida seguem-se salas de cinema com entradas luxuosas e grandes lustres, bancos, companhias aéreas, stands de automóveis, lojas. Os numerosos escritórios e as construções luxuosas foram edificados a partir de 1930, fazendo dos Campos Elísios uma vitrine internacional do modernismo e do luxo.
Os palácios particulares e as salas de diversão do Segundo Império desapareceram. Só subsiste, à direita, descendo a avenida, o palácio do nº25 (Ver foto La Paiva), construído por Paiva, aventureira polaca, tornando-se marquesa portuguesa e depois condeça prussiana. Ela dava jantares frequentados por Renan, Taine, os Goncourt, Delacroix, Siante-Beuve e Gambetta. A grande escadaria coberta de onix é, provavelmente, única no mundo.
Mais acima, na esquina da Avenida George-V, o famoso Fouquet’s (Ver foto Le Fouquet’s et l’Avenue George-V), hoje classificado monumento histórico, foi classificado, no último século, um dos restaurantes prestigiosos onde toda a gente gostava de se encontrar.
Aqui, os países estrangeiros e as províncias francesas instalaram as suas “casas”, embaixadoras das suas riquezas turísticas, da sua arte culinária ou do seu artesanato. Este cosmopolitismo contribui à atmosfera animada e particularmente agradável da avenida (Ver foto Spectacle à la Rue).
A artéria dos Campos Elísios tornou-se, por outro lado, um símbolo patriótico de glória nacional: ela recebe desde 1919 os desfiles militares do 14 de Julho. Nos grandes dias de emoção nacional, é aqui que o povo se junta, para saudar a memória de Victor Hugo em 1885, desfilar pela Libertação em 1944, homenagear o General de Gaulle em 1970, ou ainda para saudar a vitória dos Bleus no Campeonato Mundial de Futebol em 1998.
Antes de chegar à Praça de L’Étoile, à esquerda, a Drugstore-Publicis (Ver Foto Drugstore-Publicis), exibe desde 2004 o seu novo perfil: uma fachada em vidro e aço que “parece voar como um anjo”, segundo o desejo do seu arquitecto americano, Michele Saee.
[Nota: Em frente à Drugstore-Publicis, perto do Arco do Triunfo, encontrei dois rapazes a dançar na rua. Este género de espectáculo é bastante frequente nas ruas de Paris. Metem música com um amplificador e dançam como robots.
Tentei entrar na Paiva – que tem a entrada em obras de recuperação. Cheguei à recepção, pude vislumbrar grandes salões com lustres fantásticos. Na entrada fica o bengaleiro onde vi os sobretudos dos senhores que frequentam este clube privado e os seus chapéus do século XVIII / XIX. Perguntei ao porteiro se podia entrar para conhecer o clube, mas só o posso fazer sendo sócio ou acompanhado por um sócio. Assim, não pude ver a tal escadaria em onix, sem ser em fotografias que o porteiro fez a gentileza de me mostrar. Mas estou curioso para entrar lá.]